Números podem ser ainda maiores devido ao aumento da recusa da população em receber agentes da vigilância durante a quarentena contra o coronavírus.
Por SP1 — São Paulo
05/01/2021 13h56
A cidade de São Paulo terminou o ano de 2020 com uma média de quase seis casos de dengue por dia, mesmo com as pessoas em quarentena contra o coronavírus e com mais possibilidade de eliminar água parada e conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Para o Conselho Regional de Biologia os números podem ser ainda maiores. “A gente observou que houve certa diminuição no acompanhamento dos casos por parte de agentes de fiscalização. Então, talvez a diminuição dos números não reflita a realidade. Talvez pode ter tido alguma subnotificação e esse número não se elevou”, disse Sérgio Bocalini, biólogo e conselheiro.
Na capital, dados da Prefeitura de São Paulo mostram o surto de dengue em 2015, quando mais de 100 mil casos foram registrados, depois uma queda até 2018, novo aumento em 2019, e quando bastante brusca em 2020, quando foram registrados quase 2 mil casos.
Arthur Alvim, na Zona Leste, é o bairro com maior incidência de casos da dengue, segundo a Prefeitura de São Paulo. São 59 casos a cada 100 mil habitantes.
Eric Meimberg, morador da região, já pegou a doença. “Dor nas vistas, na nuca, nas costas, nas juntas das pernas… Parece que tomava medicamento e nunca parava de doer”, contou, ele, que precisou ser internado. Depois da experiência ele diz que ficou mais atento aos cuidados. “Lata, refrigerante, lixo… O mosquito fica sempre ali e, principalmente, no mato. Nunca deixar os matos ficarem grandes”, indicou.
Recusa para receber agentes
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde do município afirma que realmente a taxa de recusa de visita de agentes nas residência aumentou no ano passado.
Antes, a cada 100 visitas, 20 não eram concluídas porque a casa estava vazia ou porque o morador não quis abrir a porta. Na quarentena, com mais gente em casa, a cada 100 visitas entre 25 e 30 não foram concluídas.
O diretor de Vigilância e Zoonoses da cidade diz que a Prefeitura tem 30 carros para levar os agentes e os equipamentos, e que vai dobrar a frota até fevereiro. Ele explica que as equipes são preparadas para trabalhar mesmo na pandemia.
“A gente disponibiliza máscara, álcool gel, e todos eles saem com equipamentos para evitar a contaminação de Covid, mas, mesmo assim, a população por receito, ainda não nos recebe. Aumentou a recusa”, disse Wernner Santos Garcia.
Fonte: Portal G1 / São Paulo
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